Ervas

A energia e o axé das ervas

Afinal, por quê as plantas possuem toda essa energia da qual a Umbanda faz bom uso?

O crescimento das plantas é um processo profundamente sagrado do ponto de vista da Umbanda, pois as ervas são vistas como um elo direto entre o plano espiritual e o material, carregando o axé (força vital) dos elementos naturais. Cada fator que contribui para o desenvolvimento das plantas não apenas simboliza uma energia divina, mas também reflete a integração das forças da natureza em equilíbrio e harmonia. Vamos explorar essas energias:

O Sol – Energia Vital e Renovação

O Sol é a principal fonte de energia para o crescimento das plantas, proporcionando luz e calor, que são essenciais para a fotossíntese, sem a presença da luz seria impossível que as plantas vivessem. Na Umbanda, o sol simboliza o Orixá Xangô, que rege a justiça, o equilíbrio e a vitalidade. O Sol representa o fogo divino que transforma e fortalece, infundindo nas plantas o axé do dinamismo, da clareza e da força. Essa energia solar também conecta as plantas ao ciclo diário da vida, trazendo renovação e crescimento constante.

Ao utilizar uma erva, lembre-se de que estamos nos beneficiando de toda energia solar que ela absorveu, dia após dia, desde o seu nascimento e crescimento, chegando ao momento de sua utilização.

As Chuvas – Nutrição e Purificação

A água das chuvas é considerada um presente dos Orixás Oxum e Iemanjá, que regem as águas doces e salgadas, respectivamente. As chuvas nutrem a terra, permitindo que as plantas absorvam minerais e nutrientes essenciais. Espiritualmente, a água é um elemento de purificação e harmonização, conferindo às plantas a energia de limpeza e revitalização, atributos que são essenciais em banhos e rituais na Umbanda.

Observação: O elemento água é de fundamental importância também na concepção (que vem de Oxum) e posteriormente na geração (que vem de Iemanjá) visto que sem a presença das águas seria inviável que uma semente fosse capaz geminar e crescer.

Os Ventos – Movimento e Renovação

Os ventos, associados ao Orixá Iansã, trazem movimento e renovação às plantas. Eles auxiliam na polinização, espalhando sementes e permitindo a reprodução vegetal. Na dimensão espiritual, os ventos carregam o axé da transformação e da energia em movimento, garantindo que as plantas carreguem vibrações de mudança e fluidez, essenciais nos trabalhos de desbloqueio energético.

A Terra – Sustentação e Fertilidade

A terra, elemento regido pelo Orixá Obaluaiê, é a base que sustenta as plantas, fornecendo os minerais e nutrientes necessários para o seu crescimento. Ela é vista como o ventre da natureza, que acolhe a vida e oferece estabilidade. Espiritualmente, a terra simboliza o axé da fertilidade, da força e da conexão com as raízes, características fundamentais para os rituais que buscam equilíbrio e sustentação.

A Lua – Ritmo e Intuição

Embora não seja diretamente envolvida no crescimento das plantas, a Lua influencia os ciclos da natureza, especialmente na germinação e no florescimento. Associada ao Orixá Nanã Buruquê, ela confere às plantas o axé do ritmo natural, da sabedoria ancestral e da intuição, elementos que são valorizados em práticas de cura e introspecção.

Cada fase da Lua – nova, crescente, cheia e minguante – traz uma vibração específica que ressoa com os ritmos da natureza, favorecendo diferentes aspectos do cultivo e da conexão espiritual com as plantas.

O Tempo e os Ciclos Naturais – Paciência e Maturidade

O tempo é um fator essencial no desenvolvimento das plantas, simbolizando a paciência e a maturidade necessárias para que cresçam e se tornem plenas. Essa energia está ligada à ideia de aprendizado, resiliência e evolução espiritual, princípios fundamentais da Umbanda.

Axé das Plantas na Umbanda

A interação desses elementos naturais no crescimento das plantas cria uma poderosa sinergia energética que se manifesta como axé, a força vital que elas carregam. Cada planta é única, pois reflete o equilíbrio dos elementos que contribuíram para sua formação. Quando utilizadas nos rituais umbandistas, elas atuam como instrumentos sagrados, carregando em si o poder das energias do Sol, da água, do vento, da terra, etc. e dos seus respectivos Orixás, promovendo equilíbrio, cura e transformação.

Assim, o cuidado e o respeito às plantas são práticas essenciais na Umbanda, não apenas por seu uso ritualístico, mas pela compreensão de que elas são um reflexo direto da manifestação divina na natureza.

Leia também o artigo “As ervas na Umbanda“.

Herwin

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